terça-feira, 2 de julho de 2013

Papel, Caneta e Cronômetro

Toda e qualquer ideia de realidade é baseada na dor
É a dor que nos guia, nos forma e nos amadurece
Somos os filhos da tristeza, o que não necessariamente nos torna frutos da depressão
É fácil notar isso... você só precisa de um papel, uma caneta e um cronômetro
Em cinco minutos anote as boas lembranças que você tem
Repita o processo com as memórias ruins, coisas negativas que te marcou
Compare.
Percebe agora?
Baseando-se nisso, não acho absurdo dizer que a "felicidade" que vemos nos filmes, comerciais e idealizamos
Nada mais é que um objetivo sem fundamentos que fingimos ter
Uma busca inalcançável, só um conceito errado que nos dá sentido numa vida feita pra terminar
Nós não somos capazes de sermos felizes
Até biologicamente falando
E não há nada de errado com isso.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Streets With No Lights

O caminho que eu escolhi não me traz esperança
Não há nada além do silêncio, e algumas vezes pânico
Eu carreguei e derrubei coisas tão preciosas e importantes
E talvez ainda faça isso constantemente
Mas esse foi o caminho que eu escolhi
O caminho para chegar em lugar algum
Ruas sem luzes
Pessoas sem rostos
Cidades sem nomes
Não há peso
Não há sufoco
Não há cores, não há preto e branco
Há solidão, algumas vezes... ou muitas vezes
Mas não há como voltar
Não há pra onde ir...
Mas esse foi o caminho que eu escolhi

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Just So You Know

Imagina uma paisagem
Sentados em um parque a beira do lago
A beira de um fim de tarde
Seus tênis ao lado do meu violão
Nossas bolsas.
Eu a observo então
Linda como é, quase foge ao toque humano
Eu não pertenço a ela, e ela não me pertence
Eu não pretendo modifica la
Simplesmente a aceito como e
Pois sei que a cada minuto ela muda por si só, e não há porque me fixar no que ela foi, e não aproveitar o que ela é e o que sera
Eu não dependo dela, assim como ela não depende de mim
Não somos um só
Não espero que ela esteja aqui por mim sempre, pois sei que dias nublados virão
Ela não espera que eu esteja aqui sempre, pois minha rotina não permitiria
Não há expectativas
Idealizações
Obrigações e deveres a serem cumpridos
Há apenas a tranquilidade de cada segundo juntos
Em um determinado momento nos separaremos
Não só fisicamente
Não só metafisicamente
Aceitar que ela ira desaparecer assim como surgiu me faz valorizá-la.
Entende agora o que é o amor pra mim?

sábado, 1 de junho de 2013

"Viver absurdamente para acabar com os absurdos..."

E eu moro bem aqui, horizonte a frente. Há tempos sento olhando a linha perguntando se é de paralelas infinitas que o mar se toma. Há tempos me guio por um norte pra ver se o horizonte me toma numa cruzada de caminho sem volta.

E não toma.

Hoje eu sentei numa faixa que não é mais de areia. Olhei pra frente e o que tinha já não era mar. E me perguntei se o caminho das nuvens ainda era possível. Se o abismo do céu ainda suportava o peso de mais um corpo que se jogava, ou se o fato de ser peso não era mesmo (como antes suspeitava) um problema do ar.

A resposta: um raio e uma nuvem preta revelando em cores e cobrindo em chuva metade do que achava ser uma sombra no céu. E a surpresa: não era sombra, era sólido. Não era treva, era caminho.

Fui ao sul revelar o que não é mais horizonte. O caminho, ao contrário do que indicavam as pedras, ia por elas, com elas, sobre e sob elas. O caminho não era mão única - dessas monótonas, solitárias e cheias de questões de obediência - mas dispersa, variável, mutante e coletiva. Não de um coletivo que despreza a palavra de apoio, o zelo do amigo, o reconforto do desabafo. E público.

Nesse dia entendi que estou em terra firme e agradeci por não ser a distância o oceano. Pelo menos por aqui eu posso andar - já que eu não posso e nadar eu não sei.

E a chama acendeu.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Everything (I) Was a Mess...

Eu costumava a reclamar de toda essa bagunça
Me incomodava até notar que... não é a bagunça que me cerca...
Não é a bagunça que me incomoda, ou está me soterrando... Não é.
Me incomodava até eu notar que a bagunça estava em mim e eu estava nela
Nessa loucura de um milhão de pensamentos por segundo...
Um milhão de análises, sentimentos, ameaças, tristezas e meias palavras...
Repressões, adequações, medos, vontades e obsessões...
Um sorriso, um beijo, um abraço... a saudade...
Eu me vejo olhando pra nós dois.
A bagunça estava em mim e eu era parte dela...
Em meio a mil disfarces, simulo não querer chegar até você...
Um passo um medo, um silêncio um desespero... eu me calo.
Ansioso esperando sentado qualquer sinal de que há vida entre nós... eu me calo.
E espero.
Espero pra ver onde isso vai dar... Me jogo esperando que você se agarre em mim.
Me guardo com medo de mostrar quem sou a você...
Me privo da aceitação por medo da rejeição...
Ator nato que sou, lhe mostro um sorriso de quem nada quer...
E olho nos teus olhos... olho esperando que você enxergue os meus
Em meio a minha bagunça... em meio ao meu desespero...
ENXERGUE ME.

sábado, 20 de abril de 2013

Time After Time

"Me perguntaram à um tempo atrás
Se eu acreditava em deus...
E eu disse que a unica coisa a qual eu acreditava
Era o tempo...
Acredito que a ele que se deve a responsabilidade de tudo
Podemos ignorá-lo
Odiá-lo algumas vezes
E amá-lo outras
Mas não podemos nunca
Fugir dele
Só podemos tolerar sua ironia
Participar de seu jogo
E aceitar suas diversar faces...
Por que o tempo, e somente ele
Poderá ser o seu melhor amigo
E o pior dos inimigos
Será o seu herói
E o seu carrasco
O mesmo tempo que trará a voce o frio
Te trará o calor
O tempo que cura
Será o mesmo que irá te ferir
O tempo que aquece o coração de quem ama
É o tempo que congela o coração de quem amou
O tempo que perdoa
E o tempo que pune
O tempo de construir sonhos
E o tempo de ver cada um deles serem destruidos
Só o tempo pode trazer respostas
E com elas novas perguntas
O tempo de agir e o de esperar
Temos o tempo para nos mesmos
Para pedirmos uma trégua de todo o resto
Um tempo para mais alguem
Quando precisamos de alguem do nosso lado (e desse eu preciso o tempo todo)
O tempo de colocarmos algumas coisas nos lugares que nunca deveriam ter saido, enquanto outras se vão pra nao voltar mais
O tempo para corrigirmos alguns erros
E sempre teremos tempo para errar mais
O tempo de desculparmos
E de engolir o orgulho pra pedir desculpas
Tempos de pensarmos que somos fortes e indestrutiveis
E tempos onde tudo que voce precisa é de um chão pra pisar
Tempo de aprendermos com a dor, e nos tornarmos pessoas...


... pessoas melhores ou piores, mais fortes ou fracas, amadas ou odiadas, lembradas ou esquecidas...


...Ou então nao mudarmos, voltarmos a ser o que eramos antes de o tempo nos mudar...


isso só o tempo vai responder"

Texto escrito em 28 de Julho de 2009

Passenger



Todo mundo tão acelerado em suas vidas
Com pressa de tudo
Até o tempo parece ter pressa
Tudo tem passado tão rápido que as vezes me pergunto se minha noção de tempo está perturbada
Ou se o tempo perdeu a sua noção
Eu já não consigo mais acompanhá-lo
Eu já não quero conseguir
Está perfeito assim, sabe?
É como se todo o mundo se desesperasse para ir no banco do motorista
Pisar fundo e guiar a vida pela estrada...
Mas a estrada é um mero detalhe frente a paisagem que o banco do passageiro pode oferecer
As luzes correndo rapidamente pelos meus olhos
O vento forte que não me deixa respirar
Inúmeras árvores, passando uma a uma por mim
É tudo tão simples, pacífico e natural
O que não me permite entender...
Por que todo mundo é tão acelerado em suas vidas?
Aonde vão, se é que vão?
E se forem, vão chegar?
E se chegarem?
Aonde chagarão?